A coordenadora geral da Rede Cerrado, Lourdes Nascimento, participa hoje (09) e amanhã (10) da 3ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), em que é uma das conselheiras. Nesta quinta-feira, representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) apresentaram os números do Plano Safra de julho de 2023 a abril de 2024. Entre os destaques apresentados está os avanços do crédito rural no âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O número total de contratos alcançou um crescimento de 27% nesses dez meses do atual governo federal e chegou a mais de 1,5 milhões de assinaturas, somando um montante de R$ 52,9 bilhões destinados a agricultoras e agricultores familiares no Brasil.
O secretário interino de Agricultura Familiar e Agroecologia, do MDA, José Henrique da Silva, ressaltou que o maior crescimento se deu na região nordeste, em que houve um crescimento de 82% no número de agricultores familiares beneficiados. “Nossos maiores desafios no início do governo era nacionalizar o Pronaf e fazer com que ele chegasse aos agricultores e agricultoras que mais precisam. Os números dos primeiros dez meses mostram que estamos no caminho certo”, disse José Henrique. Ele destacou que a região sudeste também obteve um crescimento de 27% no número de adesões, o que se deve muito ao norte de Minas Gerais. E a região Norte foi a terceira que mais cresceu com 14% de aumento no nu´mer de contratos.
Ele destacou que um dos maiores desafios atuais do Plano Safra de Agricultura Familiar é a tecnificação da agricultura familiar. “Não se trata só de adquirir máquinas, mas máquinas adequadas e eficientes para a realidade da agricultura familiar”, disse Silva. Ele explicou aos presentes como funciona o mecanismo de financiamento do crédito rural e ressaltou os benefícios para o pequeno produtor, que consegue financiar com juros de 3% ao ano. O MDA também apresentou os desafios para a próxima etapa do Plano (2024/2025).
Entre as prioridades para o período está a agroecologia e transição agroecológica; a inclusão e ampliação da participação de mulheres, indígenas, quilombolas, povos e comunidades tradicionais e assentados da reforma agrária. Além da ampliação e nacionalização do crédito rural do Pronaf para incluir mais famílias de menor renda, a tecnificação e mecanização da agricultura familiar, bem como o respeito aos territórios e ações de enfrentamento das mudanças climáticas e dos eventos climáticos extremos.
Para a coordenadora da Rede Cerrado, a discussão do Plano Safra dentro da reunião do Condraf é fundamental para a democratização do processo. “É muito importante para nós, povos e comunidades tradicionais, participar do processo de construção e políticas públicas para um desenvolvimento rural verdadeiramente sustentável e o Plano Safra é fundamental para que o recurso chegue ao pequeno agricultor familiar para que ele possa realizar seu trabalho no território”, disse. A reunião do Condraf segue nesta sexta-feira (10), na sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em Brasília.
Lillian Bento
Assessoria de Comunicação
Rede Cerrado
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