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Carta em homenagem a Dona Dijé

14 de setembro de 2018 - Rede Cerrado - Rede Cerrado

“A gente sonhou tanto com este dia e hoje estamos acordados vendo este momento acontecer”.

Que bom, dona Dijé, que depois de tantos anos de luta e resistência, a senhora pode vivenciar o momento da posse do Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais pelo o qual tanto bravejou.

Ouça o áudio da entrevista concedida por Dona Dijé a Rede Cerrado durante a posse do CNPCT, que ocorreu em Brasília no dia 11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado.

 

Três dias depois, em 14 de setembro de 2018, Maria de Jesus Ferreira Bringelo, a dona Dijé, fechou os olhos para a vida terrena junto dos seus no Quilombo de Monte Alegre, território que tanto amava e resistia, deixando um imenso e profundo sentimento de tristeza, saudade e esperança nos corações de todas e todos que tiveram, em algum momento, a oportunidade de caminhar junto aos seus passos.

“Nós queremos o nosso território para poder nascer, viver, parir e morrer”.

Uma Mãe Palmeira se despede…

Mulher, negra, quilombola, quebradeira de coco babaçu, mãe, avó… Entre tantas autodefinições que a senhora sempre fazia questão de enfatizar, nos ensinou, com firmeza e mansidão, que a luta pela liberdade, vida e dignidade de todos os povos e comunidades tradicionais do Brasil é uma luta conjunta, de todas e todos, por justiça social.

Hoje, estamos imensamente tristes com a sua repentina partida, mas fortalecidos e com a certeza de que continuaremos a caminhar e a seguir os passos que a senhora nos mostrou e ensinou.

Dona Dijé, todo o nosso amor, respeito e gratidão!

“Eu (re)existo porque alguém antes de mim (re)existiu”

Dijé, presente!

Com pesar, Rede Cerrado.

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