Rede Cerrado, Apib, ISPN, WWF Brasil e CNPTC conduzem discussão sobre a importância de incluir o Cerrado na Legislação Europeia contra o desamatamento. Foto: Kamikia Kisedje
A delegação encabeçada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e pela Rede Cerrado está em solo europeu desde o último domingo (10) com a missão de assegurar a inclusão dos ecossistemas não florestais na Regulação contra o Desmatamento da União Europeia (EUDR).
Conduzindo os esforços está Lourdes Nascimento, coordenadora geral da Rede Cerrado, que ressalta a importância da regulação para coibir a importação de commodities ligadas ao desmatamento, buscando proteger não apenas as florestas, mas também os vastos ecossistemas naturais como savanas e campos, essenciais para a biodiversidade.
Dinamam Tuxá, coordenador executivo da Apib e advogado da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), lidera a explicação sobre a atual limitação da EUDR, que reconhece apenas o desmatamento associado à conversão de florestas, negligenciando outros biomas e paisagens cruciais.
Na última segunda-feira (11), a comitiva participou de reuniões e diálogos estratégicos, incluindo uma conversa com membros do 8th Environment Action Programme e Greenpeace visando fazer uma imersão no contexto sociopolítico holandês, crucial por ser um grande importador de produtos brasileiros. Ingrid Silveira, secretária executiva da Rede Cerrado, enfatizou a relevância desses encontros.
“Esses primeiros diálogos foram importantes para nos aprofundarmos no contexto sociopolítico holandês, uma vez que eles são grandes importadores de produtos brasileiros que vão para toda a Europa”, pontou a secretária executiva da Rede Cerrado, Ingrid Silveira.
Além disso, no mesmo dia, o grupo marcou presença na Universidade de Amsterdam, dialogando com estudantes sobre questões socioambientais, reforçando a necessidade de ampliar a proteção ao Cerrado e colocá-lo no centro do debate global sobre o desmatamento, conforme destacado por Lourdes Nascimento.
Lourdes Nascimento, coordenadora da Rede Cerrado. Foto: Kamikia Kisedje
“Nós estamos com uma agenda super intensa, mas muito importante aqui na Europa para colocar o Cerrado no debate sobre o desmatamento em todo o mundo e ampliar a proteção ao Bioma”, disse a coordenadora da Rede Cerrado, Lourdes Nascimento.
A exclusão do Cerrado da regulação, segundo Dinamam Tuxá, representa uma contradição aos objetivos da UE, uma vez que a maior parte do desmatamento associado à produção de commodities destinadas ao mercado europeu ocorre em áreas não florestais, principalmente no Cerrado brasileiro, como enfatiza a Apib.
Esta missão ocorre em meio ao contexto do ‘European Green Deal’, um conjunto de políticas e estratégias da Comissão Europeia visando conter o aquecimento global. A EUDR, parte deste acordo, foi estabelecida em dezembro de 2022, com a colaboração de legisladores de três instituições da UE.
O compromisso com a proteção e recuperação das florestas, bem como a redução da pegada ecológica, são pilares essenciais do Acordo Verde Europeu, destacando a importância da cooperação internacional para enfrentar os desafios ambientais globais.
Lillian Bento
Assessora de Comunicação
Rede Cerrado
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