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Evento no Museu do Amanhã aproxima os cariocas do Cerrado

4 de outubro de 2018 - Cerrado - ActionAid

‘O Cerrado em toda parte’ terá presença de representantes de povos e comunidades tradicionais que habitam o bioma

Durante toda a terça-feira, dia 09 de outubro, o Museu do Amanhã, na Praça Mauá, Centro do Rio, se tornará uma extensão do Cerrado, a savana mais rica em biodiversidade do mundo. O evento “O Cerrado em toda parte”, realizado em parceria com a ActionAid e a Rede Cerrado, busca sensibilizar a população carioca para a importância do bioma e sua relação com os grandes centros urbanos de todo o Brasil.

Inscrições e programação completa no site do Museu do Amanhã.

O Cerrado é considerado o “berço das águas”, dada sua riqueza hidrográfica. É nele que nascem três grandes aquíferos do país, e preservá-lo é fundamental para garantir o acesso à água para toda a população. Mas muito além do curso de seus rios, o bioma abriga uma enorme quantidade de espécies de flora e fauna, e uma diversidade cultural vinda de populações tradicionais que, por viverem há gerações em harmonia com o ambiente, são considerados seus guardiões.

Todo este patrimônio, no entanto, está sob ameaça, sendo os crescentes índices de desmatamento e dados de conflitos rurais em territórios de Cerrado os principais termômetros de um processo silencioso de destruição.

“Onde tem comunidade tradicional, tem Cerrado em pé, tem flora e fauna conservados, e tem rios fluindo. Garantir a permanência dessas populações em seus territórios é a forma mais efetiva para barrar o avanço do desmatamento e a manutenção da vegetação e da água”, diz Avanildo Duque, gestor de Programas e Políticas da ActionAid. “O evento ‘O Cerrado em toda parte’ é um convite para que o Rio de Janeiro conheça um pouco mais dessa história e se engaje na proteção desse bioma rico e vibrante”.

A programação está dividida em três partes. Pela manhã, um seminário mediado pela jornalista Flávia Oliveira dará cara e voz ao Cerrado, numa mesa formada por representantes de populações tradicionais do bioma. Uma quilombola, do estado do Tocantins, uma quebradeira de coco babaçu, do Piauí, e um geraizeiro, de Minas Gerais, se encontrarão para trocar experiências, falar de seus modos de vida em equilíbrio com o meio ambiente, e apontar os principais riscos que enfrentam hoje em seus territórios. Participará desta conversa também Maria Emília Pacheco, da Fase e ex-presidente do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, para abordar a importância
desses povos para o acesso à alimentação e água no Brasil.

À tarde, serão exibidos cinco documentários de longa, média e curta metragem e cuja principal temática é o Cerrado. As exibições serão seguidas de debate com os diretores. Durante todo o dia, atividades pedagógicas acontecerão para as crianças, incluindo contação de histórias, oficinas e exposições.

“Houve um tempo em que os povos e comunidades tradicionais lutaram para ficar invisíveis, pois isso era uma garantia de sobrevivência e permanência em seus territórios e manutenção dos seus modos de vida. Atualmente, a luta é pela visibilidade, pela exposição do que está ocorrendo, como ataques e violências sofridas. Falar sobre o Cerrado e sobre seus povos no Museu do Amanhã é trazer a discussão para as grandes cidades, é expor a um público já acostumado a falar de Amazônia, as riquezas de outro bioma extremamente importante para o país”, resume Katia Favilla, secretária executiva da Rede Cerrado.

“Queremos, com o evento, convidar a todos a conhecerem mais o Cerrado, que tem extrema importância para a manutenção de um dos principais serviços ambientais brasileiros: o fornecimento de água. É importantíssimo que nossas crianças entendam, de maneira lúdica, o que é um aquífero; que compreendam que o Cerrado não é um deserto, estéril. Serão encontros para todas as idades”, destaca o editor de Conteúdo do Museu do Amanhã, Emanuel Alencar.

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