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Lideranças indígenas do Cerrado debatem estratégias conjuntas

12 de abril de 2019 - Cerrado - Thays Puzzi / assessoria de Comunicação da Rede Cerrado

Reunião ampliada da coordenação da Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado ocorreu em Brasília

Foto: Rede Cerrado

Cerca de 20 lideranças indígenas do Cerrado estiveram reunidas em Brasília de 09 a 11 de abril para reunião ampliada da coordenação da Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado (MOPIC) para, juntas, refletirem sobre a realidade e os desafios enfrentados pelos povos originários no Bioma e traçarem estratégias conjuntas. A MOPIC é uma das entidades associadas à Rede Cerrado.

Os principais temas debatidos durante o encontro estavam relacionados à regularização fundiária, o avanço do agronegócio e dos grandes empreendimentos, como mineradoras e hidroelétricas, que, em consequência dos desmatamentos causados promovem a degradação dos recursos naturais e hídricos.

Para o coordenador geral da MOPIC, Hiparidi Toptiro, as discussões e encaminhamentos serão levados para os caciques nas aldeias para que, junto com as organizações indígenas, possam somar forças contra, principalmente, aos arrendamentos das terras indígenas. “Nós vamos nos posicionar frente a este governo que está aliciando nossos caciques para arrendar nossas terras”.

Estiveram presentes representantes dos estados de Minas Gerais, Maranhã, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e todos foram unanimes em destacar o avanço do agronegócio e dos grandes empreendimentos em todos os estados. Monoculturas de eucalipto e soja, principalmente, promovem grandes desmatamentos nas regiões, queimadas, contaminam rios e o ar por meio da pulverização de agrotóxicos. Rios como o Javaé e o Formoso estão secando e o Araguaia já está altamente contaminado, alertaram as lideranças. Um exemplo são as inúmeras barragens instaladas no rio Tocantins que estão trazendo consequências graves para os povos Xerente e Timbira.

Além disso, para os povos originários do Cerrado o sentimento é de insegurança e fortes ameaças frente a conjuntura política do pais, principalmente, com relação aos territórios indígenas tradicionalmente ocupados, lugares por eles considerados sagrados e modos de vida.

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