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Rede Cerrado participa de evento da GIZ para fortalecer a cadeia do Babaçu no Maranhão

25 de outubro de 2023 - Cerrado

Encontro busca estimular a cooperação e o diálogo com os atores da cadeia do babaçu no Maranhão para estruturar um projeto único de estruturação do processo que vai desde o extrativismo até a comercialização dos produtos, em especial, o óleo de babaçu

 

Foto: Méle Dornelas

 

Por meio da Central do Cerrado, Assema (Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão), WWF Brasil e Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN) , a Rede Cerrado participa até esta quinta-feira (26) do evento “Diálogos do Babaçu”, realizado em São Luís (MA). O encontro visa estimular a cooperação e o diálogo para fortalecer a articulação e construir soluções para a cadeia do babaçu no Estado e é coordenado pela Agência de Cooperação Técnica Alemã – GIZ. Entre os principais temas debatidos está a organização social da agricultura familiar, inovação social, agregação de valor na cadeia produtiva, comercialização e políticas públicas de apoio à cadeia socioprodutiva.

Além das organizações que integram a Rede Cerrado participam a Embrapa Cocais, a Fundação Vale, a Secretaria Estadual de Direitos Humanos e Participação Popular (SEDIHPOP), Secretaria de Estado da Agricultura Familiar (SAF) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).  O assessor da Central do Cerrado, Mayk Arruda, destaca que entre as articulações do evento está o fortalecimento do Consórcio de Conservação e Uso Sustentável Babaçu Livre, criado para fortalecer e multiplicar a capacidade de uso dos babaçuais e oferecer técnicas em boas práticas de manejo em uma área de 100 mil hectares de áreas conservadas, além de facilitar a produção, comercialização e gestão dos produtos.

“Hoje temos 12 organizações que integram o Consórcio e nesta quinta (26) vamos celebrar a entrada de mais duas: a Associação do Canto do Ferreira, em Chapadinha (MA), e a Associação de Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu de São José dos Basílios (MA). Estamos nos organizando cada vez melhor para atender as demandas do mercado, principalmente em relação ao óleo de Babaçu, e alcançarmos relações comerciais justas com ganhos para todos os envolvidos”, afirma Mayk Arruda. O Consórcio é um projeto desenvolvido pela Cooperativa Central do Cerrado, a Assema e a Cooperativa dos Pequenos Produtores Agroextrativistas de Lago do Junco (COOPALJ) e conta com apoio técnico e financeiro do Fundo de Parceria para Ecossistemas Críticos (CEPF) e WWF-Brasil.

Na tarde desta quinta-feira, Mayk Arruda, fala sobre o projeto na mesa “A perspectiva de fortalecer os consórcios babaçu livre. Consorcio Babaçu Livre: Estratégia de fortalecimento
comercial das organizações de PCTAFs”. Segundo Westphalen Nunes, representante da Agência alemã de cooperação internacional – GIZ no Maranhão, o evento vai propiciar a discussão sobre os principais desafios e oportunidades na cadeia do babaçu e ações necessárias com foco na intercooperação entre organizações comunitárias para acesso às políticas públicas, serviços e aos mercados.  O coordenador da Rede Cerrado, Valdener Miranda (Assema) também participa das mesas de debate.

 

Foto: Méle Dornelas

Babaçu no Maranhão – A palmeira babaçu é provedora de diferentes produtos que compõem a economia extrativista de milhares de famílias, principalmente nos Estados do Maranhão, Tocantins, Pará e Piauí. O Maranhão é o estado brasileiro com maior ocorrência natural da palmeira babaçu. O principal produto extraído dessa palmeira e que possui maior valor mercantil e industrial, são as amêndoas, da qual se obtém um nobre óleo, rico em ácido láurico. Segundo Porro, além das amêndoas, diversos produtos derivados da palmeira de babaçu que não são contabilizados em estatísticas oficiais, como por exemplo, o carvão (obtido a partir da casca do coco), o azeite, sabão, mesocarpo, bebida tipo leite, palha, entre outros, são de grande relevância para o consumo e composição da renda para as famílias extrativistas. Historicamente, o Maranhão sempre liderou a produção nacional de amêndoas. Entretanto, comparando os dados do Censo Agropecuário de 2006 e 2017, é possível constatar uma diminuição significativa do número de estabelecimentos envolvidos no extrativismo do babaçu, no Estado do Maranhão, de aproximadamente 58.429 para 15.491 estabelecimentos. Da mesma forma, a produção de amêndoas declina de 150 mil toneladas para aproximadamente 17 mil toneladas.

Confira a programação:

Programação – Diálogos do Babaçu

 

 

 

Lillian Bento*
Jornalista e Coordenadora de Comunicação da Rede Cerrado

*Com informações da Assessoria de Imprensa da Embrapa

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