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BERNADETE PACÍFICO: Líder quilombola é morta a tiros na Bahia

18 de agosto de 2023 - Nota Pública

NOTA DE PESAR

Foto: Divulgação Conaq

 

Nós da Rede Cerrado, em nome da luta na defesa dos povos e comunidades tradicionais, da promoção de justiça social e sustentabilidade ambiental, lamentamos profundamente o assassinato da líder quilombola Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, morta a tiros na noite desta quinta-feira (17) dentro do terreiro que liderava em Simões Filho, cidade localizada na região metropolitana de Salvador.

Mãe Bernadete era coordenadora nacional da Conaq (Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos) e liderava o Quilombo Pitanga dos Palmares, na mesma cidade. A ialorixá era mãe de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o Binho, também assassinado há seis anos.

A informação divulgada pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia é que dois homens, usando capacetes, entraram no terreiro e atiraram contra a líder religiosa. Em nota divulgada nesta sexta-feira (18), a Conaq  exigiu que o Estado brasileiro tome medidas imediatas para a proteção das lideranças do Quilombo de Pitanga de Palmares.

“É dever do Estado garantir que haja uma investigação célere e eficaz e que os responsáveis pelos crimes que têm vitimado as lideranças desse Quilombo sejam devidamente responsabilizados. É crucial que a justiça seja feita, que a verdade seja conhecida e que os autores sejam punidos. Queremos justiça para honrar a memória de nossa liderança perdida, mas também para que possamos afirmar que, no Brasil, atos de violência contra quilombolas não serão tolerados.

 

Mãe Bernadete foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho na gestão do então prefeito Eduardo Alencar (PSD), irmão do senador Otto Alencar (PSD). Durante um encontro com a presidente do STF, Rosa Weber, em Lauro de Freitas (BA), a ialorixá afirmou que era ameaçada por fazendeiros.

“É o que nós recebemos, ameaças. Principalmente de fazendeiros, de pessoas da região. Hoje eu vivo assim que não posso sair que eu estou sendo revistada. Minha casa é toda cercada de câmeras, eu me sinto até mal com um negócio desse”, afirmou na ocasião.

O ministro  dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida,  determinou o deslocamento de equipes para Simões Filho e expressou solidariedade aos familiares e à comunidade.

 

O Ministério da Igualdade Racial também anunciou medidas de proteção ao quilombo e a convocação de uma reunião extraordinária do Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Racismo Religioso.

 

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