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Cerrado e seus povos em pauta no Congresso Nacional

2 de setembro de 2019 - Cerrado - Thays Puzzi / assessoria de Comunicação da Rede Cerrado

Seminário irá debater a importância dos povos e comunidades tradicionais para a conservação do Cerrado; evento que será realizado 11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado, faz parte da programação do IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado

Parlamentares, organizações da sociedade civil, pesquisadores e representantes de povos e comunidades tradicionais do Cerrado levarão para dentro do Congresso Nacional os desafios e as perspectivas para o Bioma tendo como base o atual momento socioambiental do Brasil.

O ‘Seminário para Debater a Importância dos Povos e Comunidades para a Conservação do Cerrado’, será realizado no dia 11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado, às 13h30, no Auditório Nereu Ramos, Anexo II, da Câmara dos Deputados. O evento é uma iniciativa do deputado Rodrigo Agostinho, da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Ecocâmara e da Rede Cerrado. O Seminário faz parte das atividades do IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, que será realizado em Brasília de 11 a 14 de setembro.

Chamar a atenção e debater estratégias de conservação do Cerrado a partir dos modos de vida dos povos e comunidades tradicionais é fundamental, uma vez que o Bioma, atualmente, é o mais ameaçado do país. Isso porque mais da metade da vegetação original do Cerrado já foi desmatada. Ele que é o segundo maior Bioma do Brasil, ocupando 24% de todo território nacional, concentra 30% de toda biodiversidade do país e 5% da biodiversidade do planeta. Além disso, é no Cerrado que estão localizadas oito das doze regiões hidrográficas brasileira, abastecendo seis das oito grandes bacias hidrográficas do país. É no Cerrado, por exemplo, onde estão localizados três dos principais aquíferos do Brasil: Bambuí, Urucuia e Guarani.

“O Cerrado é o nosso berço das águas e a água é um bem comum a todos nós. Se o desmatamento continua no Cerrado, toda a sociedade sofrerá as consequências”, alerta Maria do Socorro Teixeira Lima, quebradeira de coco babaçu e coordenadora geral da Rede Cerrado.

Ela será uma das lideranças presentes no seminário, e fará da primeira mesa do evento ‘As contribuições dos Povos e Comunidades para a Conservação do Cerrado’, junto com Lidiane Taverny, representante do Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT) e membro de comunidade dos Retireiros do Araguaia; Braulino Caetano, geraizeiro e coordenador do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA); e Mercedes Bustamante, professora e pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB). A mesa será coordenada pelo deputado Rodrigo Agostinho, presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.

Na sequência, a quilombola Fátima Barros e a indígena Tsitsina Xavante, da Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado (Mopic), comporão a segunda mesa do seminário ‘As Estratégias de Proteção do Territórios Tradicionalmente Ocupados e Áreas Conservadas por Povos e Comunidades no Cerrado’ juntamente com Wilson Rocha Fernandes Assis, Procurador da República e Isabel Figueiredo, Coordenadora do Programa Cerrado e Caatinga, do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e representante da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado. A mesa será coordenada pela deputada Joênia Wapichana, coordenadora da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Povos Indígenas.

Entrega da Petição Pública em favor da PEC 504/2010

Com o objetivo de transformar o Cerrado e a Caatinga em Patrimônio Nacional, visando a diminuição do desmatamento e a preservação dos povos e modos de vida dos Biomas, a Campanha Nacional em Defesa do Cerrado recolhe assinaturas desde 2016 para estimular a Câmara dos Deputados a votar pela aprovação da PEC 504/2010. Por meio de uma petição pública, mais de 550 mil pessoas assinaram em favor da campanha e a entrega destas assinaturas acontecerá também no dia 11, integrada às atividades do Seminário e do IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado.

IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado

Entre os dias 11 e 14 de setembro, em Brasília, um conjunto de organizações da sociedade civil, integrantes da Rede Cerrado, e parceiros irão realizar o IX Encontro e Feira dos Povos do Cerrado. Esse é um dos maiores momentos para debater as necessidades e políticas para conservar o Bioma, que vem em um ritmo acelerado de desmatamento, bem como fortalecer os debates sobre os direitos de seus povos e comunidades tradicionais, guardiões da sociobiodiversidade do Cerrado.

O que é o Encontro e Feira dos Povos do Cerrado?

Realizado desde 2001, o Encontro e Feira dos Povos do Cerrado é um grande espaço de troca de experiências e articulações em defesa da conservação do Bioma e do fortalecimento de seus povos e comunidades tradicionais. Ele é um meio de acessibilidade e discussão de políticas públicas, além de ser um momento para a promoção e comercialização de produtos dos Povos do Cerrado, se constituindo em uma importante festa pela reunião da diversidade.

Edição 2019

Com o tema: Pelo Cerrado Vivo: diversidades, territórios e democracia, a nona edição do Encontro representa a mobilização e integração entre diversos setores e atores interessados na visibilidade e defesa do Cerrado e de seus povos. A ser realizado em Brasília na semana em que celebramos Dia Nacional do Cerrado, 11 de setembro, ele será um espaço de debates, reflexões e trocas de experiências sobre a realidade do Bioma e os desafios enfrentados pelos seus povos. A expectativa é reunir cerca de 600 pessoas, entre representantes de povos e comunidades tradicionais, de organizações da sociedade civil, parlamentares e movimentos sociais.

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