O primeiro mestrado do Brasil voltado para a formação de indígenas, quilombolas, geraizeiros, pescadoras artesanais, extrativistas, quebradeiras de coco e outros sujeitos de contextos comunitários tradicionais está completando uma década. O Mestrado em Sustentabilidade junto a Povos e Territórios Tradicionais (MESPT), da Universidade de Brasília, criado em março de 2011, vai celebrar seu aniversário com uma série de lives, entre os dias 24 e 27 deste mês.
A primeira live será realizada na quarta-feira (24), às 17h. “Águas do conhecimento: deslocamentos e confluências entre o tradicional e o acadêmico” reunirá, em diálogo, Geri Augusto, professora da Universidade de Brown (EUA), Célia Xakriabá, jovem liderança indígena de Minas Gerais, Elionice Sacramento, quilombola e pescadora artesanal do Recôncavo Baiano, e Valéria Pôrto, quilombola do oeste da Bahia.
Na quinta-feira (25), às 18h, será ocasião do lançamento do livro “Geraizeiros em prosa, roça e fogão: sistemas de produção, conhecimentos e práticas tradicionais associadas ao alimento no cerrado mineiro”. A obra é resultado de pesquisa colaborativa junto à comunidade gerazeira de Pau D’Arco, nos municípios de Montezuma e Santo Antônio do Retiro, Minas Gerais. Na live, os autores, João Marques Chiles, Juliana Rochet e Elisabetta Recine, falarão do processo de pesquisa.
O ciclo de celebrações será finalizado com uma aula magna, no dia 27 de março, sábado, às 17h, com a participação de Rita Segato, antropóloga e professora emérita da UnB, ao lado de Alessandra Munduruku e Givania da Silva. O tema será: “Narrativas da diferença em tempos de intolerância”.
As três lives serão transmitidas ao vivo pelo canal do MESPT UnB no YouTube.
Desde a sua criação, em 2011, o MESPT formou 88 mestras e mestres, com atuação em diferentes regiões do país e contextos institucionais, de movimentos sociais a instituições públicas federais.
“O MESPT é uma iniciativa de educação intercultural e antirracista, que aposta na formação pelo convívio na diversidade e na renovação das formas de produzir conhecimento, com base no diálogo de saberes tradicionais e científicos” destaca a coordenadora, professora Mônica Nogueira.
Algumas das dissertações defendidas nesse mestrado têm produzido mudanças importantes na realidade de povos e comunidades tradicionais no Brasil, embasando a defesa de seus territórios e do direito à diferença, e fortalecendo os meios de vida das comunidades.
O programa reúne esforços de quatro unidades acadêmicas da Universidade de Brasília, sendo uma iniciativa interunidades: a Faculdade UnB Planaltina (FUP), a Faculdade de Educação (FE), o Instituto de Ciências Sociais (ICS), por meio do Departamento de Antropologia (DAN), e o Centro de Desenvolvimento Sustentável (CDS).
Para saber mais, acesse: www.mespt.unb.br.