Quem somos

 

A Rede Cerrado

A Rede Cerrado nasceu em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, conhecida como Eco-92 ou Rio 92. Sua criação foi marcada pela assinatura do Tratado dos Cerrados, um documento que estabeleceu o compromisso de seus signatários em enfrentar as ameaças já presentes no bioma. Desde então, o principal objetivo da Rede Cerrado tem sido a luta contínua pela conservação do bioma e a defesa de seus povos e comunidades tradicionais, com a missão de promover a justiça social e a sustentabilidade ambiental.

Atualmente, somos uma ampla articulação da sociedade civil, composta por mais de 60 entidades associadas e que, indiretamente, congrega mais de 300 organizações que partilham da causa socioambiental do Cerrado. A diversidade de atores comprometidos é o nosso maior patrimônio, e somos representados por 22 segmentos de Povos e Comunidades Tradicionais que são os verdadeiros guardiões da biodiversidade do Cerrado. Trabalhamos estrategicamente em diversos espaços públicos socioambientais, atuando para propor, monitorar e avaliar políticas públicas que impactam o Bioma e seus habitantes.

Principais pautas

Defesa do Cerrado

A Rede Cerrado luta pela conservação do bioma que é berço das águas e abriga uma das maiores biodiversidades do planeta. O Cerrado reúne uma impressionante diversidade de paisagens — campos, veredas, matas secas, cerradões e florestas de galeria — todas ameaçadas pela perda de mais de 52% de sua vegetação nativa, resultado do avanço do desmatamento e das monoculturas. Defender o Cerrado é proteger suas águas, seus povos e o equilíbrio climático do Brasil e do mundo.

Povos e comunidades tradicionais

As populações ancestrais e tradicionais do Cerrado — compostas por 83 etnias indígenas, mais de 100 comunidades quilombolas, 22 segmentos de povos e comunidades tradicionais, além de centenas de agricultores familiares, assentados e extrativistas — são guardiãs do patrimônio ecológico, cultural e da sociobiodiversidade do bioma. Seus modos de vida, saberes e práticas de produção sustentam a conservação dos ecossistemas, e sua luta por direitos territoriais, valorização histórica e cultural é parte essencial da defesa do Cerrado vivo.

Justiça Socioambiental e Produtiva

A justiça climática, territorial, socioambiental e produtiva nasce da sabedoria e do conhecimento acumulado nos territórios. As práticas comunitárias, agroecológicas e sustentáveis conduzidas por povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e agricultores familiares são fundamentais para garantir a sustentabilidade do Cerrado, assegurando a conservação do solo, da água e da biodiversidade, ao mesmo tempo em que fortalecem a autonomia econômica e cultural de suas populações.

Representatividade

A Rede Cerrado é reconhecida pela legitimidade de sua trajetória e pela ampla diversidade de organizações que compõem sua base social, expressando a riqueza cultural, social e política do território. Sua composição integra populações ancestrais e tradicionais — povos indígenas, quilombolas, comunidades tradicionais e agricultores familiares — ao lado de movimentos sociais, coletivos de base comunitária, cooperativas, produtores, organizações técnicas, socioambientais e ativistas comprometidos com a justiça socioambiental. Essa amplitude fortalece sua legitimidade como voz coletiva do Cerrado, presente em conselhos e espaços de tomada de decisão nos âmbitos municipais, estaduais e nacionais, onde incide pela garantia de direitos, pela conservação da biodiversidade e pela valorização dos modos de vida.

Missão e Valores

Missão

Promover a conservação do bioma Cerrado e a valorização de sua sociobiodiversidade, articulando povos, comunidades tradicionais e organizações da sociedade civil para a defesa de direitos, o fortalecimento de políticas públicas, o desenvolvimento sustentável e a preservação dos modos de vida ancestrais.

Valores

A força da Rede Cerrado está em sua pluralidade e no fato de ser a única rede interétnica que congrega povos indígenas, quilombolas, populações ancestrais e tradicionais, agricultores e agricultoras familiares, assentados, extrativistas e organizações socioambientais que defendem o bioma. Essa diversidade faz da Rede uma voz coletiva, representativa e legítima em defesa da vida, da terra e do território.

  • Unidade e articulação: unir e articular forças nos territórios de forma representativa, ética e dialogada, sem interesses próprios, mas em torno de interesses coletivos.
  • Sociobiodiversidade e modos de vida: valorizar e fortalecer os modos de vida, produção e conhecimentos das populações ancestrais e tradicionais, em especial por meio da sociobioeconomia e da agroecologia, como alternativas de resistência e de bem viver.
  • Justiça climática e socioambiental: ser uma voz ativa pela justiça climática, territorial, socioambiental e produtiva, reconhecendo os povos e comunidades como protagonistas no enfrentamento às mudanças climáticas.
  • Direitos e justiça: lutar contra os conflitos territoriais e pelo cumprimento dos direitos garantidos em marcos nacionais e internacionais — como a Convenção 169 da OIT, o Decreto nº 6.040/2007 (Política Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais), a Constituição Federal de 1988 (artigos 231 e 232 para os povos indígenas), o Decreto nº 4.887/2003 (reconhecimento e titulação das terras quilombolas) e a Lei nº 11.326/2006 (agricultura familiar).
  • Conservação com vida: atuar pela preservação do Cerrado em harmonia com as pessoas que nele vivem, combatendo o desmatamento, a conversão do solo e a escassez hídrica.
  • Respeito à diversidade: reconhecer e valorizar culturas, práticas e saberes que compõem a riqueza sociocultural do Cerrado, garantindo espaço para mulheres, jovens e diferentes expressões sociais e étnicas.
  • Cooperação e solidariedade: fomentar parcerias entre territórios, povos e organizações, construindo caminhos de resistência e transformação baseados no diálogo e na coletividade.

Organizações da Rede Cerrado

Mais de 60 organizações da sociedade civil fazem parte da Rede Cerrado como entidades associadas. Além disso, mais de 300 organizações de base vinculadas às nossas entidades associadas também dialogam e estão presentes na Rede Cerrado.

Veja a lista de organizações (ordem alfabética)
ORGANIZAÇÃO UF
A vida no Cerrado DF
ACA – Associação Camponês MA
Agência 10envolvimento BA
Alternativas para a Pequena Agricultura no Tocantins TO
Animação Pastoral e Social no Meio Rural MG
Articulação Pacari – Plantas Medicinais do Cerrado GO
Articulação Rosalino Gomes de Povos e Comunidades Tradicionais MG
Associação Alternativa Terrazul DF
Associação Amanu – Educação, Ecologia e Solidariedade é uma associação civil MG
Associação Central das Comunidades Veredeiras MG
Associação Comunitária dos Artesãos do Bairro São Raimundo TO
Associação de Desenvolvimento Comunitário do Caxambu GO
Associação de Mulheres Trabalhadoras Rurais de Buriti do Tocantins TO
Associação de Trabalhadores Rurais do Vale do Corda TO
Associação dos Apicultores do Bico do Papagaio TO
Associação dos Retireiros do Araguaia MT
Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão MA
Associaçao para Gestão Socioambiental do Triângulo Mineiro MG
Associação Regional das Mulheres Trabalhadoras Rurais do Bico do Papagaio TO
Associação Wyty Catë (Povo Timbira – apoio via CTI) MA
Associação Xavante Warã MT
Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge GO
Central de Cooperativas Agroextrativistas do Maranhão MA
Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas MG
Centro de Agricultura Alternativa Vicente Nica MG
Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural MA
Centro de Pesquisa e Capacitação do Cerrado MS
Centro de Tecnologia Agro-Ecológica de Pequenos Agricultores GO
Centro de Tecnologias Alternativas MT
Centro de Trabalho Indigenista DF
Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal DF
Cooper Frutos do Paraíso GO
Cooperativa Central do Cerrado DF
Cooperativa de Trabalho de Prestação de Serviços para o Desenvolvimento Rural da Agricultura Familiar PI
Ecologia e Ação MS
Federação de Apicultura e Meliponicultura de Mato Grosso do Sul MS
Federação de Órgãos de Assistência Social e Educacional – Regional Mato Grosso MT
Fundação Darcy Ribeiro DF
Fundação Mais Cerrado DF
Fundação Pró-Natureza – Funatura DF
Instituto Aldeias GO
Instituto Altair Sales GO
Instituto Ambiental Vidágua SP
Instituto Brasil Central GO
Instituto Cerrados DF
Instituto de Desenvolvimento Ambiental
Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Apoio a Agricultura Familiar DF
Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental Planeta Verde SP
Instituto de Permacultura: Organização, Ecovilas e Meio Ambiente DF
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia DF
Instituto EcomAmor GO
Instituto Internacional de Educação do Brasil DF
Instituto Padre João Peter MT
Instituto Permacultura Cerrado e Pantanal MS
Instituto Plantadores de Água GO
Instituto População, População e Natureza DF
Instituto Rosa e Sertão MG
Instituto Sálvia Soluções Socioambientais DF
Instituto Socioambiental
Instituto Veadeiros GO
Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado MT
Movimento de Mulheres Trabalhadoras na Luta
Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu TO/MA/PI/PA
Mulheres em Ação no Pantanal MS
Núcleo Gestor da Cadeia de Valor do Pequi e Outros Frutos do Cerrado MG
OCA Brasil GO
Pesquisa e Conservação do Cerrado DF
Rede de Agroecologia do Maranhão MA
Rede de Sementes do Cerrado DF
Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Instituição de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário DF
World Wide Fund for Nature – Brasil DF

Estrutura organizacional

A Rede Cerrado constitui-se numa associação sem fins lucrativos e econômicos, de direito privado, de âmbito nacional, composta por representantes de povos indígenas, de quilombolas, de comunidades tradicionais, de grupos organizados e por entidades civis, todos com atuação no Cerrado, que têm como objetivo a conservação do Cerrado e promoção de meio de vidas sustentáveis neste bioma e que comungam com a Carta de Princípios da Rede Cerrado e com o Tratado dos Cerrados.

Para conhecer todo o Estatuto da Rede Cerrado, clique aqui.